Maluzhane Bila
Escultura
Introdução
Maluzhane nasce a 17 de Dezembro de 1988 em Maputo, Moçambique.
Cresce no Bairro de Maxaquene e cedo começa a explorar técnicas e materiais por influência do seu irmão mais velho, carpinteiro e serralheiro com oficina montada. Usando desperdícios de papel, restos de metais e madeiras, Amilton ia compondo peças escultóricas enquanto aprendia a associar os materiais, formas, texturas e cores.
Mais tarde ingressa na Escola Nacional de Artes Visuais onde começa a encarar mais seriamente a sua produção artística. Concluí nessa mesma escola o nível médio de Desenho Gráfico em 2011. Ingressou posteriormente no ISArC – Instituto Superior de Artes e Cultura – onde frequentou o Curso de Gestão e Estudos Culturais tendo concluído a licenciatura em 2014.
As narrativas orais do contexto social onde progrediu servem de mote para o seu trabalho – por vezes literamente estampado nas suas obras, outras tomando abordagens mais abstractas – mas sempre sob a intenção de motivar debate sobre questões sociais polémicas.
Maluzhane refere-se influenciado por artistas como Malangatana ou Mudaulane (Celestino Mondlane) porque afirma ver neles reflectidas essas mesmas questões que o inspiram.
Percurso Artístico
Maluzhane Bila, reside em Madrid – Espanha, desde 2015.
Actualmente a residir na Europa, é aí que Maluzhane tem exposto os seus trabalhos nos últimos anos, sem prejuízo de pensar o global a partir do local, do seu bairro de origem – Maxaquene – e da sua cidade natal – Maputo. Buscando o diálogo como parte do seu processo de trabalho e utilizando-se do distanciamento conferido para melhor perspectivar essa realidade, recorre inclusive aos materiais e ambientes do bairro como referência e fonte de inspiração.
Segundo o próprio, pretende dar voz a uma complexa história de crescimento urbano, utilizando materiais locais e criando conceitos inclusivos que desafiam o olhar conservador e académico sobre a escultura, desconstruindo conceitos de tradição e abordando o tema à sua maneira própria com base no trabalho participativo, na investigação social e na experimentação e uso dos materiais. Nos últimos anos, o seu trabalho tem intercalado entre o ferro e os plásticos duros, materiais com os quais concebe peças de diferentes tamanhos (da pequena à grande escala). A fase dos plásticos encontra-se de momento ainda em fase de exploração, tendo-se tornado o material de escolha dos últimos tempos.
Ao longo dos anos participou em diferentes intervenções artísticas relevantes, tendo recebido alguns prémios, nomeadamente o da Bienal da TDM (Moçambique) e o prémio Descoberta 2007 (Prémio de Artes Plásticas organizado pela Casa da Cultura do Alto Maé, Maputo). Em 2020 participou na Latitudes Art Fair através da Galeria Arte d’Gema.
Integra também o coletivo dos artistas da mesma galeria, e expôs individualmente em Agosto de 2021 na Galeria Kulungwana, em Maputo – Phandar.
Exposições
Exposições individuais:
2015 – Realizou uma Exposição individual de intervenção pública em Maxaquene, do projeto “Hora da ponta” pertencente a Malambe – Movimento para a Promoção das Artes e Cultura
2021 – Exposição individual Phandar, na galeria Kulungwana nos CFM – Estação dos Caminhos de Ferro de Maputo, Moçambique
Exposições colectivas:
2008 – Passou na selecção e participou na “Exposição Anual Musart 2008” do Museu Nacional de Arte, Maputo (18.12.2008 – 01.02.2009)
2009 – Passou a seleção e participou da exposição da Bienal do TDM (Moçambique Telecomunicações)
2009 – Exposição colectiva intitulada “Memórias do Ontem” na Galeria Kulungwana nos CFM (Maputo)
2010 – Exposição colectiva intitulada “Um Corpo a Alma de Samora” no espaço Samora Machel, em Maputo, em homenagem ao primeiro Presidente de Moçambique
2015 – Exposição colectiva “ABISTASTRACION” na galeria independente do “Tabacalera” (Madrid-Espanha)
2016 – Participou na Oficina artística orientada pelo artista plástico “Francesc Torres” (Madrid-Espanha)
2017 – Exposição coletiva “arte e design” da galeria independente “Tabacalera” (Madri-Espanha)
2017 – Exposição coletiva “EQUINOX” na galeria independente do “Tabacalera” (Madrid-Espanha)
2018 – Exposição coletiva “Estrutura” na galeria independente do “Tabacalera” (Madrid-Espanha)
2018 – Fez parte do projeto “Los Artistas del Barrio 2018” que consistia em portas abertas dos atelieres para o público aceder, além de organizarem tantos outros eventos como: seminários e exposições no âmbito das artes plásticas, debates, etc. (Madrid-Espanha)
2020 – Respondendo à chamada de Portfolio da Galeria “Arte de Gema”, passou a fazer parte dos artistas representados pela galeria
2020 – Participou em Latitudes Art Fair 2020 através da galeria Arte de Gema. Johannesburgo, África do Sul
2020 – Exposição colectiva “Viagem Sem Fronteira”, através da galeria Arte de Gema. Maputo – Moçambique
2021 – Participou em “Go GO GO Maputo – Arte”, através da Galeria Arte de Gema. Maputo – Moçambique
2021 – Partipou em African Galleries Now 2021, através da Galeria Arte de Gema. Johannesburgo, África do Sul
Reconhecimento
2007 – Menção Honrosa (3º Lugar) na categoria de Escultura e Cerâmica da XI Edição do Concurso Nacional de Artes Plásticas “Descoberta 2007” da Casa da Cultura do Alto Maé (Maputo) e Centro de Estudos Brasileiros (actual Centro Cultural Brasil Moçambique, Maputo).
2015 – Ganhou o 3º lugar na Bienal que a TDM (Moçambique Telecomunicações) organizava em colaboração com o Ministério da Cultura e Turismo;