Phandar
Kulungwana | Maputo
Introdução
A primeira individual do artista, realizada em Maputo, “PHANDAR” [Desenrascar a Vida] tem um título particularmente sugestivo, já que nos remete para o conceito que preside à mesma, reflectindo sobre o modo de vida de uma determinada classe social.
Segundo Pompílio Gemuce, curador da exposição, esta apresenta-se também como “a alma estética de Maluzhane, ditando regras e posturas a toda a acção, onde assistimos à mistura de habilidades técnicas, paisagens políticas, antropológicas, sociológicas, económicas, mas acima de tudo, às preocupações e revelações intelectuais do pensamento do artista”. Gemuce concluí que “desenrascar” é um modo de encarar o trabalho artístico, e, […] sendo um mote ou um conceito, é aqui que a arte de sobrevivência vira uma ciência de produção artística que se desenrola em negociar, reutilizar, trocar, analisar, assumir, integrar, existir e resistir”.
Esta mostra é ainda resultado duma intensa actividade de pesquisa, que se desdobrou por várias conversas informais, entrevistas individuais e recolha de histórias de vida nos bairros periféricos da cidade de Maputo.
Usando preferencialmente o metal e o plástico como seus materiais de escolha, estes representam - o primeiro o “sentido de resistência, a necessidade de não rendição num desafio de sobrevivência”; e o segundo o “lado boémio, vaidoso, frágil, descartável, fútil e teatral extremamente presente numa vida de poucos recursos”.
Informação
Exposição PHANDAR, patente na Galeria da Associação Kulungwana entre 15 de Julho a 6 de Agosto de 2021. Curadoria de Gemuce.